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segunda-feira, 9 de maio de 2011

GENÉTICA HUMANA

O QUE É GENÉTICA?
A genética é uma especialidade que lida com diagnóstico, o tratamento e o controle dos distúrbios hereditários.

ÁREAS DA GENÉTICA
CITOGENÉTICA - estudo dos cromossomos;

GENÉTICA MOLECULAR E BIOQUÍMICA - estudo da estrutura e função de genes indivíduais;

GENÔMICA - estudo do genoma, sua organização e funcionamento;

GENÉTICA DE POPULAÇÕES - estudo da variação genética nas populações humanas e fatores que determinam frequências alélicas;

GENÉTICA DO DESENVOLVIMENTO - estudo do controle genético do desenvolvimento

GENÉTICA CLÍNICA - aplicação da genética ao diagnóstico e aos cuidados do paciente.

HISTÓRIA DA GENÉTICA

GREGOR MENDEL:



- Era um monge austríaco considerado o "pai" da genética;
- Descreveu os princípios da hereditariedade em 1865;
- Seus relatos passaram despercebidos na literatura científica durante 35 anos;
- As leis de Mendel originaram-se de experiências com ervilhas, nas quais ele cruzou linhagens puras diferindo em uma ou mais características bem definidas e acompanhou a progênie dos cruzamentos durante pelo menos duas gerações.

CHARLES DARWIN:

- Formulou a teoria da evolução que enfatizava a natureza hereditária da variabilidade entre membros de uma espécie como importante fator da evolução (1859).

FRANCIS GALTON:

- Realizou estudos familiais (concentrando-se nos gêmeos) para entender a influência da hereditariedade nas várias características humanas.

PROJETO GENOMA

- Iniciou-se em 1991;
- Almejava sequenciar o genoma humano até 2005;
- No entanto, no final de 2000 a sequência já estava praticamente completa por um laboratório particular nos EUA (CELERA);
- E em janeiro de 2001 foi publicada a sequência completa nas revistas Nature e Science pelo grupo coordenado pelo pesquisador Francis Collins no NIH (National Institutes of Health);
- Dado mais importante: dos 80 mil genes que se pensava existir foram descobertos apenas 30 mil.

TIPOS DE DOENÇAS GENÉTICAS

DOENÇAS MONOGÊNICAS

- Causadas por único gene alterado;
- A mutação pode estar presente em apenas um cromossomo de um par (com um alelo normal no cromossomo homólogo) ou nos dois cromossomos do par;
- Em geral a maioria dos distúrbios monogênicos exibem padrões de heredogramas óbvios e característicos;

São classificadas de acordo com a maneira pela qual são herdadas:

- AUTOSSÔMICA DOMINANTE
- AUTOSSÔMICA RECESSIVA
- LIGADAS AO CROMOSSOMO X

Exemplos de doenças monogênicas:

- ALCAPTONÚRIA, ALBINISMO, CISTINÚRIA.

Em 1966 quase 1500 distúrbios monogênicos ou características haviam sido identificados, em 1998 continha mais de 8500 verbetes, e em meados de 2006 continha um total de 16.808 verbetes.

DOENÇAS CROMOSSÔMICAS

- Excesso ou ausência de genes contidos em cromossomos inteiros ou segmentos;
- Contribui com cerca de metade de todos os abortos espontâneos de primeiro trimestre;
Exemplo: Presença de uma cópia do cromossomo 21 resulta na SÍNDROME DE DOWN.


DOENÇAS MULTIFATORIAIS

Resulta da combinação de causas genéticas e ambientais

EXEMPLO: LÁBIO LEPORINO COM OU SEM FENDA PALATINA, DIABETES, CÂNCER

DOENÇAS MITOCONDRIAIS

Um número relativamente pequeno de doenças que ocorrem exclusivamente pelo DNA mitocondrial ou em combinação com o DNA genômico.

IMPACTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS
HÁ MENOS DE UM SÉCULO ATRÁS:
Doenças de causa não genética (desnutrição, contagiosas) causavam a maioria das mortes em crianças.

DURANTE O ÚLTIMO SÉCULO:
Houve melhoria nas condições de saúde pública e as doenças genéticas tem sido responsáveis por uma maior proporção de mortes em crianças nos países desenvolvidos.

IMPACTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS
Quanto mais desenvolvido o país e maiores as condições de saúde pública menor o número de mortes por desnutrição e doenças infecciosas e as causas genéticas assumem uma taxa proporcionalmente mais importante, além de serem responsáveis por um maior número de internações hospitalares.

INDICAÇÕES PARA ENCAMINHAMENTO GENÉTICO

1-) Avaliação de pessoa com retardo mental ou retardo de desenvolvimento.
2-) Avaliação de pessoa com malformação única ou múltipla; dúvida sobre síndrome dismórfica.
3-) Avaliação de possível doença metabólica herdada.
4-) Possível distúrbio monogênico.
5-) Alterações cromossômicas, incluindo rearranjos balanceados.
6-) Casais com história de abortos recorrentes.
7-) Consanguinidade em um casal
8-) Consulta sobre teratógeno.
9-) Consulta pré-concepcional e consulta sobre fator de risco, incluindo idade materna avançada e outras indicações potenciais para diagnóstico pré-natal.

PRINCÍPIOS DE DISMORFOLOGIA
MALFORMAÇÃO - defeito morfológico primário de um órgão ou parte do corpo resultante de um processo de desenvolvimento anormal (ex.: fenda labial, polidactilia)


DISPLASIA - defeito envolvendo a organização anormal de células em um tecido (Ex. displasia esquelética)


SEQUÊNCIA - defeito primário com suas mudanças estruturais secundárias (ex.: sequência de Pierre Robin, defeito primário no desenvolvimento mandibular produz uma mandíbula pequena, glossoptose e palato fendido).


SÍNDROME - conjunto de malformações primária múltiplas devida a uma etiologia (ex.: trissomia do 13- SINDROME DE PATAU)

DEFORMAÇÃO - alteração na forma, ou posição, de uma parte do corpo normalmente formada por forças mecânicas. Em geral ocorre no período fetal, não na embriogênese (ex.: oligodrâmnio - líquido amniótico reduzido).


DISRUPÇÃO - defeito morfológico de um órgão, parte de um órgão resultante de uma perturbação extrínseca, ou interferência, em um processo de desenvolvimento normal. (ex.: defeito secundário de um membro resultante de um evento vascular)

HEREDOGRAMA DEFINIÇÕES

ALELO - sequência de DNA que um gene ocupa no locus.

LOCUS - posição ocupada por um gene em um cromossomo.

ALELO NORMAL OU SELVAGEM - alelo que prevalece, presente na maioria das pessoas normais.

ALELOS MUTADOS/MUTAÇÃO - apresentam uma mudança na sequência do DNA.

POLIMORFISMO - quando os alelos mutados são comuns na população.

GENÓTIPO - conjunto de alelos que constitui a composição genética.

FENÓTIPO - característica observáveis de um indivíduo (morfológica, clínica).

HOMOZIGOTO - quando uma pessoa tem um par de alelos idênticos (AA, aa).

HETEROZIGOTO - auando os alelos são diferentes, portador (Aa).

MUTAÇÃO - termo usado para:
- indicar uma nova mutação genética que antes não era conhecida em uma família;
- indicar um alelo causador da doença.

HEREDOGRAMA
Para estabelecer o padrão de transmissão, a primeira etapa é obter informações sobre a história familiar do paciente e resumir na forma de um heredograma.

HEREDOGRAMA é uma representação gráfica de uma árvore genealógica, usando símbolos padrão.

PROBANDO - membro afetado da família por meio do qual a família é avaliada.

CONSULENTE - pessoa que procura o geneticista para uma avaliação.

PROLE - irmãos e irmãs de uma família.

PARENTESCO - quando todos os membros da família são incluídos.

CONSANGUÍNEOS - casal que têm um ou mais ancestral em comum.

ISOLADO -  quando só há um membro afetado na família.

ESPORÁDICO - distúrbio causado por uma nova mutação no propósito.

Os padrões apresentados pelos distúrbios nos heredogramas dependem de 2 fatores:

1-) O local cromossômico, que pode ser autossômico (situado em um cromossomo autossomo) ou ligado ao X (situado no cromossomo X).
2-) Se o fenótipo é dominante (quando apenas um cromossomo de um par carrega o alelo mutado), recessivo (quando ambos os cromossomos do par carregam o alelo mutado).

PADRÕES BÁSICOS DE HERANÇA


CARÁTER DOMINANTE
- Caráter que se expressa mesmo quando apenas um cromossomo de um par possui o alelo variante.

CARÁTER RECESSIVO
- Caráter que se expressa na ausência do alelo dominante.

GENÓTIPO
- Constituição gênica de um indivíduo.   15q21.2

FENÓTIPO
- Caráter, traço, ou conjunto de caracteres que podem ser observados
- Resultam da interação entre a ação dos genes e o ambiente.

HAD










sábado, 7 de maio de 2011

ROTEIRO PRÁTICO DE MORFOLOGIA HUMANA II

SISTEMA CIRCULATÓRIO


CORAÇÃO:
ANATOMIA EXTERNA:
- regiões: base do coração e ápice do coração
- faces: esternocostal, diafragmática e pulmonar
- átrio direito
- aurícula direita
- átrio esquerdo
- aurícula esquerda
- ventrículo direito
- ventrículo esquerdo
- pericárdio fibroso


ANATOMIA INTERNA:
- átrio direito
- átrio esquerdo
- ventrículo direito
- ventrículo esquerdo
- trabéculas cárneas
- músculo papilar
- corda tendínea
- valva atrioventricular direita
- valva atrioventricular esquerda
- valva da aorta
- valva do tronco pulmonar
- septo interatrial
- septo interventricular


VASOS DA BASE:
ARTÉRIA AORTA:
- parte ascendente
artérias coronárias
- arco da aorta
- tronco braquicefálico
artéria carótida comum direita
artéria subclávia direita
- artéria carótida comum esquerda
- artéria subclávia 
- parte descendente


TRONCO PULMONAR
- artéria pulmonar direita
- artéria pulmonar esquerda


VEIA CAVA SUPERIOR
VEIA CAVA INFERIOR
VEIAS PULMONARES
BAÇO




SISTEMA RESPIRATÓRIO
NARIZ
- raiz do nariz
- dorso do nariz
- ápice do nariz


CAVIDADE NASAL
- vestíbulo do nariz
- concha nasal superior
- meato nasal superior
- concha nasal média
- meato nasal médio
- concha nasal inferior
- meato nasal inferior


SEIOS PARANASAIS
- seio frontal
- seio maxilar
- seio esfenoidal
- células etmoidais


FARINGE
- parte nasal da farínge
- óstio farínge da tuba auditiva
- toro tubário
- parte oral da farínge
- parte laríngea da faringe


LARINGE
ANATOMIA EXTERNA
- cartilagem tireódea
- cartilagem cricóidea
- epiglote
ANATOMIA INTERNA
- pregas vestibulares
- ventrículo da larínge
- pregas vocais


TRAQUÉIA
- cartilagem traqueal
- ligamento anular da traquéia
- parede membranácea da traquéia
- carina da traquéia


BRÔNQUIOS
- brônquio principal direito
- brônquio principal esquerdo
- brônquios lobares
- brônquios segmentares


PULMÕES
regiões
- ápice do pulmão
- base do pulmão
faces
- costal
- mediastinal (hilo do pulmão)
- diafragmática


PULMÃO DIREITO
- lobo superior do pulmão direito
- lobo médio do pulmão direito
- lobo inferior do pulmão direito
- fissuras horizontal e oblíqua


PULMÃO ESQUERDO
- lobo superior do pulmão esquerdo
- língula
- lobo inferior do pulmão esquerdo
- fissura oblíqua do pulmão esquerdo


PLEURA VISCERAL


SISTEMA DIGESTÓRIO
CAVIDADE DA BOCA
- vestíbulo da boca
- palato duro
- palato mole
- língua
- ápice da língua
- corpo da língua
- raiz da língua
- papilas circunvaladas


ESÔFAGO
- parte cervical do esôfago
- parte torácica do esôfago
- parte abdominal do esôfago


ESTÔMAGO
- cárdia
- fundo gástrico
- corpo gástrico
- parte pilórica
- piloro
- curvatura maior
- curvatura menor


INTESTINO DELGADO
- duodeno
- jejuno-íleo
- mesentério


INTESTINO GROSSO
- ceco
- apêndice vermiforme
- colo ascendente
- colo transverso
- colo descendente
- colo sigmóide
- tênias do colo
- reto


FÍGADO
- lobo hepático direito
- lobo hepático esquerdo
- lobo quadrado
- lobo caudado
- vesícula biliar
- ligamento falciforme


PÂNCREAS
- cabeça do pâncreas
- corpo do pâncreas
- cauda do pâncreas
- ducto pancreático


SISTEMA UROGENITAL


SISTEMA URINÁRIO
RIM
ANATOMIA EXTERNA
- pólo superior
- pólo inferior
- margem lateral
- margem medial
- hilo renal
- artéria renal
- veia renal
- pelve renal


ANATOMIA INTERNA
- córtex renal
- coluna renal
- pirâmides renais
- cálice renal menor
- pelve renal


URETER


BEXIGA URINÁRIA
- ápice da bexiga urinária
- corpo da bexiga urinária
- fundo da bexiga urinária
- colo da bexiga urinária


- trígono da bexiga
- óstios dos ureteres
- ostio interno da uretra


URETRA MASCULINA
- parte intramural da uretra masculina
- parte prostática
- parte esponjosa
- fossa navicular da uretra
- óstio externo da uretra masculina


URETRA FEMININA
- parte intramural da uretra feminina
- óstio externo da uretra feminina


SISTEMA GENITAL MASCULINO


ESCROTO
TESTÍCULO
EPIDÍDIMO
DUCTO DEFERENTE
GLÂNDULA SEMINAL
PRÓSTATA


PÊNIS
- corpo esponjoso
- corpo cavernoso
- glande do pênis


ESCAVAÇÃO RETOVESICAL


SISTEMA GENITAL FEMININA
OVÁRIO
TUBA UTERINA
- infundíbulo da tuba uterina
- fímbrias
- ampola da tuba uterina
- istmo da tuba uterina


ÚTERO
- fundo do útero
- corpo do útero
- colo do útero
- istmo do útero


VAGINA


PUDENDO FEMININO (VULVA)
- lábios maiores do pudendo
- lábios menores do pudendo
- clitóris
- óstio externo da uretra feminina
- óstio da vagina


LIGAMENTOS
- largo
- mesométrio
- mesossalpinge
- mesovário
- útero-ovárico


ESCAVAÇÕES -REOUTERINA E VESICOUTERINA







sexta-feira, 6 de maio de 2011

SISTEMA DIGESTÓRIO

TRATO GASTROINTESTINAL (GI) -


Do ponto de vista anatômico e funcional, o sistema digestório pode ser dividido no TRATO GASTRINTESTINAL (GI) tubular, ou canal alimentar, e nos ÓRGÃOS DIGESTÓRIOS ACESSÓRIOS. O trato GI possui um comprimento aproximado de 9 metros e estende-se da boca até o ânus. Ele atravessa a cavidade torácica e entra na cavidade abdominal no nível do diafragma. O ânus está localizado na porção inferior da cavidade pélvica.


Os órgãos do trato GI incluem:
- cavidade oral;
- faringe;
- esôfago;
- estômago;
- intestino delgado;
- intestino grosso.





ÓRGÃOS ANEXOS AO TRATO GASTRINTESTINAL:

Cavidade bucal
- língua;
- dentes;
- glândulas salivares;

- fígado;
- vesícula biliar;
- pâncreas.

O TERMO VÍSCERA É FREQUENTEMENTE UTILIZADO PARA SE REFERIR AOS ÓRGÃOS ABDOMINAIS DA DIGESTÃO, MAS ELE TAMBÉM PODE SER UTILIZADO PARA SE REFERIR A QUALQUER ÓRGÃO DAS CAVIDADES TORÁCICA E ABDOMINAL.

FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO:
1-) MOTILIDADE: Ela se refere ao movimento do alimento pelo sistema digestório através por meio de processos de 
a-) INGESTÃO: Ato de colocar o alimento na boca.
b-) MASTIGAÇÃO: Ato de triturar o alimento e misturá-lo com a saliva.
c-) DEGLUTIÇÃO: Ato de engolir o alimento.
d-) PERISTALTISMO: Contrações rítmicas onduliformes que movem o alimento através do trato gastrintestinal.

2-) SECREÇÃO: Ela inclui tanto secreções exócrinas como endócrinas.
a-) SECREÇÕES EXÓCRINAS: A água, o ácido clorídrico, o bicarbonato e muitas enzimas digestivas são secretados para o interior do colo do lúmen do trato gastrintestinal. O estômago sozinho secreta 2 A 3 LITROS DE SUCO GÁSTRICO POR DIA.
b-) SECREÇÕES ENDÓCRINAS: O estômago e o intestino delgado secretam alguns hormônios que ajudam na regulação do sistema digestório.

3-) DIGESTÃO: Refere-se à decomposição de moléculas alimentares em suas subunidades menores, que podem ser absorvidas.

4-) ABSORÇÃO: Passagem dos produtos finais digeridos para a corrente sanguínea e para a linfa.

5-) ARMAZENAMENTO E ELIMINAÇÃO: Armazenamento temporário e eliminação subsequente de moléculas alimentares não digeríveis.
CAMADAS DO TRATO GASTRINTESTINAL
O trato GI, do esôfago ao canal anal, é composto por quatro camadas (ou túnicas). Cada túnica possui um tipo de tecido dominante que desempenha funções específicas no processo digestivo. As quatro túnicas do trato GI, da interna para a externa, são a MUCOSA, SUBMUCOSA, MUSCULAR e SEROSA.

MUCOSA
Reveste o lúmen do trato GI, é a principal camada secretora e de absorção. Formada por EPITÉLIO SIMPLES COLUNAR suportado pela LÂMINA PRÓPRIA, uma camada fina de tecido conjuntivo areolar contendo numerosos linfonodos (importantes na proteção contra doenças). Externa à lâmina própria existe uma camada fina de músculo liso denominada MUSCULAR DA MUCOSA (responsável pelas pequenas pregas em determinadas porções do trato GI), essas pregas aumentam enormemente a área superficial. CÉLULAS CALICIFORMES especializadas da mucosa SECRETAM MUCO ao longo da maior parte do trato GI.

SUBMUCOSA
É uma camada de TECIDO CONJUNTIVO, altamente VASCULARIZADO estando a serviço da mucosa. Moléculas absorvidas que passam através das células epiteliais da mucoso entram nos vasos sanguíneos e linfáticos da submucosa. Possui também  glândulas e plexos nervosos. PLEXO SUBMUCOSO (PLEXO DE MEISSNER), provê um suprimento nervoso autônomo à muscular da mucosa.

MUSCULAR
Responsável pelas contrações segmentares e pelo movimento peristáltico ao longo do trato GI. Possui duas camadas, uma CIRCULAR INTERNA e uma CIRCULAR LONGITUDINAL EXTERNA de músculo liso. Contrações dessas camadas movem o alimento ao longo do trato, e pulverizam e misturam o alimento com enzimas digestivas. Possui o PLEXO MIOENTÉRICO (PLEXO DE AUERBACH), localizado entre as duas camadas musculares, provê o principal suprimento nervoso do trato GI. Inclui fibras e gânglios tanto da divisão simpática como da parassimpática do sistema nervoso autônomo.

SEROSA
Camada mais externa, completa a parede do trato GI. Ela é uma camada de união e de proteção constituída por TECIDO CONJUNTIVO AREOLAR recoberto por uma camada de EPITÉLIO SIMPLES PAVIMENTOSO.





REGULAÇÃO DO TRATO GASTRINTESTINAL
O trato GI é inervado pelas divisões simpática e parassimpática do SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO. 
- OS NERVOS PARASSIMPÁTICOS geralmente estimulam a MOTILIDADE E AS SECREÇÕES do trato GI. O NERVO VAGO é a fonte de atividade parassimpática do esôfago, do estômago, do pâncreas, da vesícula biliar, do intestino delgado e da porção superior do intestino grosso. A porção inferior do intestino grosso recebe inervação PARASSIMPÁTICA DE NERVOS ESPINAS DA REGIÃO SACRAL. 
FIBRAS SIMPÁTICAS PÓS-GANGLIONARES passam através dos PLEXOS SUBMUCOSO E MIOENTÉRICO e inervam o trato GI. 
NERVOS SIMPÁTICOS reduzem o peristaltismo e atividade secretora e estimulam a contração dos músculos esfincterianos ao longo do trato GI. São antagônicos aos efeitos da estimulação nervosa parassimpática.
A REGULAÇÃO AUTÔNOMA, É EXTRÍNSECA ao trato GI, é superposto aos modos INTRÍNSECOS de regulação. 
O trato GI contém NEURÔNIOS SENSITIVOS INTRÍNSECOS que possuem seus próprios corpos celulares no interior da parede intestinal e não fazem parte do sistema autônomo. Eles auxiliam na regulação local do trato digestório através de uma rede neural complexa localizada na parede intestinal denominada SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO, ou CÉFALO-ENTÉRICO. A regulação pelo sistema nervoso entérico complementa a REGULAÇÃO PARÁCRINA por moléculas que atuam localmente nos tecidos do trato GI, assim como a REGULAÇÃO HORMONAL por hormônios secretados pela mucosa. 
Resumindo o sistema digestório é regulado extrinsecamente pelo sistema nervoso autônomo e pelo sistema endócrino e intrinsecamente pelo sistema nervoso entérico e vários reguladores parácrinos. 

CAVIDADE BUCAL


- Vestíbulo da boca - entre os lábios e a gengiva. Local de entrada do alimento.

CAVIDADE PRÓPRIA DA BOCA:
- limite superior - palato duro/ palato mole
- limite inferior - língua
- laterais - bochechas
- limite posterior - Ístmo (estreitamento) das fauces formado pelo Arco palatoglosso, unidos eles formam a úvula palatatina.

OBS.: ENTRE 2 ARCOS HÁ A TONSILA PALATINA (AMÍGDALA) - ARCO PALATOFARÍNGEO

ESÔFAGO 
A MASTIGAÇÃO do alimento o mistura com a saliva, secretada pelas glândulas salivares. Além do muco e de vários agentes antimicrobianos, a saliva contém uma enzima chamada AMILASE SALIVAR ou PTIALINA, que catalisa a digestão parcial do amido. A DEGLUTIÇÃO  começa como uma atividade voluntária na qual a laringe é elevada, de modo que a epiglote cobre a entrada do sistema respiratório, impedindo a entrada do material ingerido. A seguir, ocorrem contrações e relaxamentos musculares involuntários no esôfago à medida que o alimento para do esôfago para o estômago. No estômago, o material ingerido é agitado e misturado com ácido clorídrico e a PEPSINA, uma enzima digestiva de proteínas. Através de contrações musculares, a mistura produzida é empurrada do estômago passando pelo esfíncter pilórico (pylorus = guardião), que guarnece a junção do estômago e duodeno do intestino delgado.

O ESÔFAGO é a porção do trato GI que conecta a faringe ao estômago. É um tubo muscular com aproximadamente 25 cm de comprimento, localizado posteriormente à traquéia, no mediastino do tórax, passa através do diafragma, por um orifício denominado HIATO ESOFÁGICO. É revestido por um EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO, não queratinizado. As paredes contém  músculo esquelético ou liso, dependendo da localização

PARTE ANATÔMICA
1-) Parte cervical - Parte posterior à traquéia, contém MÚSCULO  ESQUELÉTICO.
2-) Parte torácica - (maior) mediastino, contém a mistura de MÚSCULO ESQUELÉTICO E MÚSCULO LISO.
3-) Parte abdominal - inferior ao músculo diafragma, parte terminal, contém somente MÚSCULO LISO.

O alimento deglutido é empurrado da extremidade proximal à extremidade distal do esôfago, por uma contração muscular onduliforme denominada PERISTALTISMO. O peristaltismo é produzido por uma série de reflexos localizados em resposta à distensão das paredes do sistema digestório provocada por um BOLO - de alimento. Esse movimento ocorre porque o músculo liso circular contrai-se atrás, e relaxa na frente do bolo. Isso é seguido por um encurtamento do tubo pela contração do músculo longitudinal. Essas contrações progridem da extremidade superior do esôfago até a JUNÇÃO GASTROESOFÁGICA numa velocidade de 2 a 4 cm por segundo à medida que elas esvaziam o conteúdo do esôfago na região do cárdia do estômago.

O lúmen da porção terminal do esôfago é estreitado por causa de um espessamento das fibras musculares circulares em sua parede, é chamada de ESFÍNCTER ESOFÁGICO (GASTROESOFÁGICO) INFERIOR. Após o alimento passar para o estômago, a constrição das fibras musculares dessa região ajuda a impedir que o conteúdo gástrico regurgite para o esôfago. A regurgitação acontece quando a pressão na cavidade abdominal é maior que a pressão na cavidade torácica em consequência dos movimentos respiratórios. Por essa razão, o esfíncter esofágico inferior permanece fechado até que o alimento seja empurrado através do mesmo pelo peristaltismo para o interior do estômago.

ESTÔMAGO 
Tem a forma de J, é a parte mai distensível do trato GI. Ele tem continuidade com o esôfago e, esvazia no duodeno no intestino delgado. 

FUNÇÕES DO ESTÔMAGO SÃO:

- ARMAZENAR O ALIMENTO;
- INICIAR A DIGESTÃO DE PROTEÍNAS;
- MATAR BACTÉRIAS com a acidez do suco gástrico;
- MOVER O ALIMENTO, chamado de QUIMO, para o intestino delgado.

O alimento deglutido é liberado do esôfago para o CÁRDIA do estômago. É uma linha imaginária horizontal traçada através da região do cárdia divide o estômago num FUNDO e num CORPO, juntos formam a porção distal do estômago denominada REGIÃO PILÓRICA, essa região pilórica começa numa área um pouco alargada, o ANTRO e termina no ESFÍNCTER PILÓRICO. As contrações gástricas agitam o quimo, misturando-o mais completamente com as secreções gástricas. Essas contrações também empurram o alimento parcialmente digerido do antro, através do esfíncter pilórico, para a primeira porção do intestino delgado.

A superfície interna do estômago possui longas dobras denominadas PREGAS. Aberturas dessas pregas para o lúmen gástrico são denominadas FOSSETAS GÁSTRICAS. As células que revestem as pregas mais profundas da mucosa secretam vários produtos para o interior do estômago. Essas células formam as GLÂNDULAS GÁSTRICAS exócrinas.

As GLÂNDULAS GÁSTRICAS contém vários tipos de células que secretam diferentes produtos:

1-) CÉLULAS CALICIFORMES: secretam muco
2-) CÉLULAS PARIETAIS: secretam ácido clorídrico
3-) CÉLULAS PRINCIPAIS (ZIMOGÊNICAS): secretam pepsinogênio, uma forma inativa digestiva de proteínas pepsina
4-) CÉLULAS SIMILARES ÀS ENTEROCROMAFINS: encontradas no estômago e no intestino, que secretam histamina e - hidroxitriptamina (também chamada serotonina), como reguladores parácrinos do trato GI
5-) CÉLULAS G: secretam o hormônio gastrina para a corrente sanguínea
6-) CÉLULAS D, secretam o hormônio somatostatina.

Além desses produtos a mucosa gástrica secreta um polipeptídeo necessário para a absorção intestinal de vitamina B12 denominado FATOR INTRÍNSECO.
As secreções exócrinas das células gástricas, juntamente com uma grande quantidade de água (2 a 4 L/dia), formam uma solução altamente ácida conhecida como SUCO GÁSTRICO.

- PARTE ANATÔMICA







1-) CÁRDIA - transição do esôfago para o estômago (Região circular 2 cm)
2-) FUNDO GÁSTRICO - superior e à esquerda da cárdia. Contém ar
3-) CORPO GÁSTRICO - maior porção
4-) PARTE PILÓRICA - PILORO (modificação da camada muscular do estômago, com a função de controlar o esvaziamento gástrico)
5-) ESFINCTER PILÓRICO - Músculo circular modificado na extremidade da região pilórica onde se une com o intestino delgado, é a junção que regula o movimento do QUIMO (ALIMENTOS DIGERIDOS NO ESTÔMAGO - PROTEÍNAS), são digeridos pela ação da PEPSINA.
A partir da digestão das proteínas o quimo em forma de AMINOÁCIDOS é absorvido. Todos os outros alimentos são impulsionados pelo esfincter pilórico chegando ao duodeno.


OBS.: A PEPSINA É FORMADA A PARTIR DA LIBERAÇÃO DE PEPSINOGÊNIO DAS CÉLULAS PRINCIPAIS, O QUAL SOFRE A AÇÃO DO MEIO ÁCIDO.


PEPSINOGÊNIO + HCL = PEPSINA


PH ESTOMACAL
CARDIA - pH em torno de 1
INTERMEDIÁRIA - pH  de 3 a 4
REGIÃO PILÓRICA -  pH de 5


No DUODENO pH 6 - 6,5 é aí onde a maioria dos fármacos atuam.


FOSSETAS GÁSTRICAS - Porção entre as pregas locais (aumento de área de superfície).




INTESTINO DELGADO 


O INTESTINO DELGADO é a porção do trato GI entre o esfíncter pilórico do estômago e a abertura da valva ileocecal no intestino grosso. Ele é denominado "delgado" por causa do seu diâmetro relativamente pequeno em comparação com a do intestino grosso. É a porção mais longa do trato GI. Possui um comprimento aproximado de 3 m em uma pessoa vida, mas mede aproximadamente o dobro em um cadáver, quando a parede muscular está relaxada. Os primeiro 20 a 30 cm em que se estendem do esfíncter pilórico constituem o DUODENO (formato da letra C, circunda a cabeça do pâncreas, mede cerca de 25 cm), os dois quintos seguintes do intestino delgado são o JEJUNO, e os três quintos finais são o ÍLEO. O íleo esvazia no intestino grosso através da valva ileocecal.







OBS.: JEJUNO-ÍLEO - NÃO SE SABE ONDE TERMINA UM E COMEÇA O OUTRO


Os produtos da digestão são absorvidos através do revestimento epitelial da mucosa intestinal. A absorção de carboidratos, lipídios, aminoácidos, cálcio e ferro ocorre principalmente no duodeno e no jejuno. Os sais biliares, a vitamina B12, a água e os eletrólitos são absorvidos principalmente no íleo. A absorção ocorre numa velocidade rápida em consequência do pregueamento extenso da mucosa intestinal, que aumenta enormemente a área superficial de absorção. A mucosa e a submucosa formam grandes dobras denominadas PREGAS CIRCULARES, que podem ser vistas a olho nu. A área superficial é ainda mais aumentada pelas pregas microscópicas da mucosa, denominadas VILOSIDADES, e pelos pregueamentos da membrana celular apical das células epiteliais (vistas apenas com o auxílio de um microscópio eletrônico), denominadas MICROVILOSIDADES. 








INTESTINO GROSSO 


O INTESTINO GROSSO (ou COLO) estende-se da valva ileocecal até o ânus, contornando o intestino delgado em três lados. O quimo do íleo passa para o CECO, que é uma bolsa de fundo cego (aberta apenas numa extremidade) no início do intestino grosso. A seguir, o material residual passa em sequência através do COLO ASCENDENTE, COLO TRANSVERSO, COLO DESCENDENTE, COLO SIGMÓIDE, RETO e CANAL ANAL. O material residual (fezes) é excretado através do ÂNUS, o orifício externo do canal anal.
A mucosa do intestino grosso, contém muitos linfócitos e nódulos linfáticos esparsos, além de ser recoberta por células epiteliais colunares e células caliciformes que secretam muco. Embora esse epitélio forme criptas, não existem vilosidades no intestino grosso. A mucosa intestinal parece plana. A superfície externa do colo projeta-se externamente formando saculações ou HAUSTROS. Ocasionalmente, a muscular externa das saculações pode se tornar tão enfraquecida que a parede forma uma evaginação mais alongada, ou divertículo. A inflamação de uma ou mais desas estruturas é denominada DIVERTICULITE.
O intestino grosso possui pouca ou nenhuma função digestiva, mas ele absorve água e eletrólitos do quimo remanescente, assim como várias vitaminas do complexo B e a vitamina K. Bactérias no intestino, principalmente no colo MICROBIOTA INTESTINAL, produzem quantidades significativas de vitamina k e ácido fólico, que são absorvidas no intestino grosso.
As células bacterianas no colo humano ultrapassa o n´mero de células do corpo humano. Essa microflora intestinal origina-se ao nascimento e realiza várias funções fisiológicas importantes. Além da produção de vitaminas do complexo B e de vitamina K, as bactérias do colo fermentam algumas moléculas que não são digeríveis no quimo e no muco secretado. Elas produzem ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA (menos de cinco carbonos), os quais são utilizados para a produção de energia pelas células epiteliais do colo, e auxiliam na absorção de sódio, bicarbonato, cálcio, magnésio e ferro no intestino grosso.




APÊNDICE VERMIFORME
É uma evaginação curta e fina do ceco. Ele não atua na digestão mas, como as tonsilas, contém numerosos linfonodos e está sujeito à inflamação - uma condição denominada APENDICITE. A apendicite é comumente detectada em seus estágios finais pela presença de dor no quadrante inferior direito do abdome. Quando o apêndice vermiforme se rompe, pode ocorrer disseminação de material infeccioso para a cavidade corporal circundante, causando inflamação do peritônio ou PERITONITE. Esse evento perigoso pode ser evitado por meio da remoção cirúrgica do apêndice inflamado (APENDICECTOMIA).









ÓRGÃOS ANEXOS



GLÂNDULAS SALIVARES - PARTE ANATÔMICA
1-) PARÓTIDA (caxumba)
2-) SUBLINGUAL
3-) SUB-MANDIBULAR


LÍNGUA - PARTE ANATÔMICA







1-) ÁPICE DA LÍNGUA - ponta da língua
2-) CORPO DA LÍNGUA
3-) RAIZ DA LÍNGUA - região rugosa contendo suas tonsilas línguais.


FÍGADO - PARTE ANATÔMICA





VISTA ANTERIOR
1-) LOBO HEPÁTICO DIREITO (maior)
2-) LOBO HEPÁTICO ESQUERDO
3-) LIGAMENTO FALCIFORME - sustenta o fígado à parede anterior do abdômen




VISTA POSTERIOR
1-) LOBO QUADRADO
2-) LOBO CAUDADO


VESÍCULA BILIAR



FUNÇÃO - armazenamento da bile - irá eliminar a bile no duodeno


PÂNCREAS - PARTE ANATÔMICA





1-) CABEÇA DO PÂNCREAS
2-) CORPO DO PÂNCREAS
3-) CAUDA DO PÂNCREAS


Secretam o suco pancreático 

MESENTÉRIO 
FUNÇÃO: sustentar o intestino delgado à parede posterior do abdômen, além de permitir a passagem de vasos sanguíneos.