PSICOSSOMÁTICA

O SOFRIMENTO PSÍQUICO SE MANIFESTA NO CORPO - SOMATIZAÇÃO

O ser humano vive num mundo em que possui uma complexa rede de relações:

- a partir de si mesmo

- com o outro

- e com muitos outros

Essas interações agem sobre o ser humano, biologicamente e afetivamente, dessa forma, pode-se estabelecer uma conexão interligada e interdependente com a construção do psíquico.

É uma ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as práticas de saúde, é um campo de pesquisa sobre estes fatos e, ao mesmo tempo, uma prática de uma Medicina Integral.

- Relação mente-corpo.

- Mecanismos de produção de enfermidades.

HISTÓRICO

O termo "psicossomática" surgiu a partir do século passado, quando Heinroth em 1918 procurava distinguir os tipos de influência e suas diferentes direções ao estudar as relações entre mente e corpo, criando também a expressão "somatopsíquica".

Evoluiu em três fases:

1. Inicial ou psicanalítica com os estudos sobre a gênese inconsciente das enfermidades;

2. Intermediária ou behaviorista, caracterizada pelo estímulo à pesquisa em homens e animais, tentando enquadrar os achados à luz das ciências exatas e estudos sobre estresse;

3. Atual ou multidisciplinar, importância do social, atividade de interação entre os profissionais.

Observando a doença com sua dimensão psicossocial, a relação médico paciente em seus múltiplos desdobramentos e ação terapêutica voltada para a PESSOA do doente, entendido como um ser biopsicossocial, a psicossomática passa a mobilizar atividades paramédicas (Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia) e assim formar equipes multidisciplinares, comprometidas, além da condição existencial do doente, com a dimensão social da patologia.

O Homem como um todo indissociável.

A identificação da situação de conflito, seja do indivíduo consigo mesmo ou com a circunstância à qual está submetido - geradora de emoção - é suficiente para originar transtornos funcionais, e estes, se repetidos e persistentes, alteram a vida celular, acarretando a lesão orgânica e suas complicações.

Como a EMOÇÃO ocorre simultaneamente no subsistema somático e no subsistema processos mentais, aquilo que no nível psíquico é raiva, medo, dor, tristeza, alegria, fome, no nível corporal  ou somático se expressa através de modificações das funções motoras, secretoras e circulatórias, coordenadas pelo eixo psiconeurimonoendocrinológico.

A disfunção pode resultar da fibra muscular lisa que existe em vários órgãos. Assim a pessoa pode apresentar disfunções motoras no aparelho digestório (vômitos, diarréias, prisão de ventre, discinesias), respiratório (asma, bronquite), geniturinário (disúria, cólica peloureteral, dismenorréia, polaciúria, vaginismo, taquispermia), circulatório (hipertensão arterial, enxaqueca, cefaléia tensional, insuficiência coronariana, infarto agudo do miocárdio), pele (eczemas, pruridos, neurodermites).

TRATAMENTO

O profissional que utiliza a psicossomática, busca identificar quais as alterações observadas através de um anamnese, exame físico, mental e laboratorial, obtendo-se o diagnóstico biopsicossocial pelas interações recíprocas.

Utilizam-se tratamentos médicos, psiquiátricos, psicológicos, psicanalítico, nutricionais, orientações psicopedagógicas e psicossociais, familiares e ocupacionais.

Os profissionais que cuidam do mesmo paciente se comunicam entre si, informando ao colega sobre o seu vértice de observação e recebendo dele os conhecimentos de sua especialidade, enriquecendo a compreensão da pessoa, aumentando a possibilidade de acerto, evitando medicações desnecessárias.