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sábado, 9 de junho de 2012

IMUNOLOGIA II

TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA


CONCEITO: 
É a incapacidade específica adquirida (total ou parcial) por um indivíduo a desenvolver uma resposta imune HUMORAL NORMAL ou a MEDIAÇÃO CELULAR a um antígeno ou a diversos epítopos de um certo antígeno contra o qual ele normalmente se desenvolveria uma resposta em outras condições.

PROCESSO:
Processo ativamente adquirido no qual os linfócitos potencialmente auto reativos são eliminados (DELEÇÃO CLONAL) ou tornados afuncionais (ANERGIA CLONAL) após contato com os auto-antígenos;

- TOLERÂNCIA CENTRAL;
- TOLERÂNCIA PERIFÉRICA.

ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DA AUTO-TOLERÂNCIA
Tolerância é diferente da imunossupressão não específica e imunodeficiência.
É um processo ativo antígeno-dependente em resposta ao antígeno.
- É específica;
- Pode existir em células T, células B ou em ambas;
- Tolerância ao nível da célula T é mais duradoura do que a tolerância ao nível de célula B.

DELEÇÃO CLONAL
Linfócitos T e B durante o desenvolvimento encontram antígenos próprios e tais células realizam a deleção clonal através de um processo conhecido coo apoptose ou morte celular programada.
EX.: MATURAÇÃO DAS LT NO TIMO.

ANERGIA CLONAL
Células T auto-reativas quando expostas a peptídeos antigênicos em células apresentadoras de antígenos (APC) que não possuem as moléculas co-estimulatórias.
Também, células B quando expostas a grandes quantidades de antígeno solúvel regula negativamente sua IgM e se torna anérgica. Essas células também regulam positivamente as moléculas. Fas na sua superfície. Uma interação dessas células B com células T carreando ligantes Fas resultam na sua morte via apoptose.

IGNORÂNCIA CLONAL
Células T reativas a antígenos próprios não representadas no timo irão maturar e migrar para a periferia, mas elas certamente não irão encontrar jamais o antígeno apropriado porque este está sequestrado em tecidos inacessíveis. Tais células deverão morrer por falta de estímulos. Células B auto-reativas, que escapam da deleção, podem não encontrar o antígeno ou a ajuda da célula T específica e assim não será ativada e morrerá.

AUTOIMUNIDADE

A autoimunidade ocorre quando os anticorpos e as células T reconhecem componentes normais no corpo. As respostas autoimunes podem às vezes, mas nem sempre, causar doenças. A DOENÇA AUTOIMUNE é mediada pelas reações de hipersensibilidade dos tipos 2, 3 e 4.

DOENÇAS DA AUTOIMUNIDADE

DOENÇA CELÍACA
Também conhecida como ESPRU CELÍACO/ ENTEROPATIA POR GLÚTEN. 
É um distúrbio no intestino delgado, com má absorção e intolerância ao glúten (gliadina) encontrada principalmente em grãos de trigo, cevada e centeio.
A doença causa ATROFIA das vilosidades da mucosa do intestino delgado.
CAUSAS: predisposição genética, falta de enzima digestiva e FORMAÇÃO DE ANTICORPOS.
Associação com HLA-B8, DR3, DR7.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: diarreia, distensão abdominal dolorosa, fezes gordurosas e perda de peso.
A doença é muito comum, afetando aproximadamente 1% das populações, embora seja significativamente não diagnosticada, já que a maioria dos portadores ela causa sintomas mínimos ou ausentes. Ocorre mais comumente em mulheres, na proporção de 2:1, e é mais comum em parentes de primeiro grau de portadores.
MECANISMO DE AÇÃO: GLIADINA É O ANTÍGENO QUE ESTIMULA UM ATAQUE DE CÉLULAS T CITOTÓXICAS

ANEMIA PERNICIOSA
Deficiência de VITAMINA B12 em decorrência da má-absorção.
Reações autoimunes dirigias contra as células parietais gástricas e seus produtos.
MECANISMO DE AÇÃO: 90% DEFICIÊNCIA ABSORÇÃO OCORRE POR ANTICORPOS ANTI-FATOR INTRÍNSECO PRODUZIDO NO ESTÔMAGO.

DOENÇAS DE GRAVES
Hipertireoidismo, oftalmopatia e dermopatia inflitrativa. 
MECANISMO DE AÇÃO: ANTICORPOS QUE RECONHECEM O HORMÔNIO ESTIMULADOR DA TIREÓIDE (TSH) MIMETIZANDO-O, O QUE LEVA À ATIVAÇÃO CONTÍNUA DA TIREÓIDE, AUMENTO DE T3, T4 E REDUÇÃO DO TSH.
É uma doença autoimune em que os anticorpos se ligam aos receptores de membrana do TSH ou seja os anticorpos induzem a ativação contínua de secreção dos hormônios pela glândula tireóidea, os anticorpos fazem o papel do hormônio estimulantes TSH. Os anticorpos que provocam hipertireoidismo quase sempre são produzidos em consequência de autoimunidade contra o tecido tireóideo.
60 - 80% dos hipertireoidismo femininos. 

MIASTENIA GRAVIS
Funcionamento anormal da junção neuromuscular (FRAQUEZA MUSCULAR).
MECANISMO DE AÇÃO: ANTICORPOS ATACAM OS RECEPTORES NO LADO MUSCULAR DE JUNÇÃO NEUROMUSCULAR - aqueles que recebem sinal nervoso da ACETILCOLINA.
MÚSCULOS MAIS SUSCEPTÍVEIS - nervos cranianos, 50% músculos oculares.
Pode surgir após EVENTO ESTRESSANTE (infeção e anestesia).

ARTRITE REUMATÓIDE
É uma doença autoimune sistêmica, caracterizada pela INFLAMAÇÃO CRÔNICA, das articulações sinoviais com destruição progressiva de estruturas cartilaginosas e ósseas.
LINFÓCITOS B DAS MEMBRANAS SINOVIAIS PRODUZEM ANTICORPOS (IgM) CONTRA A PORÇÃO FC DA IgG PRODUZIDAS CONTRA INFECÇÕES OU RESPOSTAS INFLAMATÓRIAS.
É uma doença que acomete mais os indivíduos do sexo feminino (de 3 a  vezes mais do que os do sexo masculino). E tem seu pico e incidência entre 35 a 55 anos.
POSSÍVEIS CAUSAS: 
- Fatores hormonais (3:1 em mulheres);
- Agentes infecciosos como MYCOPLASMA, VÍRUS DA RUBÉOLA, CMV, HERPES, PARVOVÍRUS B19, EBV E MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS.
- Presença de MHC-H, HLA-DR4 e DR1.
MECANISMO DE AÇÃO: LÍQUIDO SINOVIAL FICA CHEIO DE NEUTRÓFILOS, MACRÓFAGOS, LTh-1 E CÉLULAS DENDRÍTICAS.
PRODUÇÃO DE METALOPROTEÍNASES PELOS MACRÓFAGOS ATIVADOS POR il-1 E TNF- ALFA, CLIVANDO COLÁGENO E PROTEOGLICANOS.


LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Doença crônica e multi sistêmica.
Desenvolve-se em: FATORES GENÉTICOS (HLA DR3), DEFICIÊNCIA DE C2 E C4, FATORES HORMONAIS, FATORES AMBIENTAIS (exposição UvB e medicamentos como PROCAINAMIDA, HIDRALAZINA, CLORPROMAZINA, ISONIAZINAS, PRACTOLOL E METILDOPA.
MECANISMO DE AÇÃO: ANTICORPOS AUTO-REATIVOS CONTRA CONSTITUÍNTES NUCLEARES: DNA, RIBONUCLEOPROTEÍNAS, HISTONAS, ANTÍGENOS DE NUCLÉOLOS.
COMPLEXOS IMUNES se depositam nos GLOMÉRULOS RENAIS, ARTICULAÇÕES, PELE E VASOS SANGUÍNEOS.
É tratável apenas sintomaticamente com CORTICOSTERÓIDES E IMUNOSSUPRESSORES.


DIABETES INSULINO DEPENDENTE
Diabetes tipo I, presença de anto-anticorpos:
ANTI-GAD: Contra uma enzima DECARBOSILASE DO ÁCIDO GLUTÂMICO (GAD), participa da biossíntese de um neurotransmissor (GABA), e nas CÉLULAS PANCREÁTICAS.
ANTI-ILHOTA OU ICA: Marcador de DM Tipo I. A presença deste anticorpo é sinal da atividade da doença.
ANTI-INSULINA: Anticorpo anti-insulina pode ocorrer de forma espontânea ou após uso de insulina.

ESCLEROSE MÚLTIPLA
Mais grave onde CÉLULAS T AUTO-REATIVAS E MACRÓFAGOS ATIVADOS CAUSAM DEMIELIZAÇÃO DA SUBSTÂNCIA BRANCA CEREBRAL.
Acredita-se que o fator desencadeante estimulador seja uma infecção viral.
O óbito acontece em pouco tempo, se não diagnosticado precocemente.
SINAIS E SINTOMAS: 
- Dor facial;
- Dormência;
- Vertigem;
- Falta de coordenação;
- Dor nos braços;
- Desequilíbrio;
- Perda de visão e audição.
Não possui tratamento, somente imunossupressores e anti-inflamatórios.












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