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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PATOLOGIA

PATOLOGIA: (derivado do grego pathos = sofrimento, doença, e logia = ciência, estudo), significa o estudo das causas estruturais e funcionais das doenças humanas. Existem 4 aspectos das doenças que formam o cerne da patologia:


ETIOLOGIA - Estudo das causas das doenças.
PATOGENIA - Os mecanismos de seu desenvolvimento.
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS - Alterações estruturais induzidas nas células e nos tecidos.
SIGNIFICADO CLÍNICO - As consequências funcionais das alterações morfológicas


DIVISÕES DA PATOLOGIA
O estudo da patologia é dividido em:

- PATOLOGIA GERAL
Está envolvida com as reações básicas das células e tecidos a estímulos anormais provocados pelas doenças. Por isso é denominada patologia geral, doenças relacionadas a todos os processos patológicos, refentes as células.

- PATOLOGIA ESPECÍFICA OU ESPECIAL
Examina as respostas específicas de órgãos especializados e tecidos a estímulos mais ou menos bem definidos.


EX.: 
IAM - INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO


INFARTO - (morte celular por falta de O2) - Patologia geral 
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO - Patologia especial ou específica


A função da célula requer um equilíbrio entre as exigências fisiológicas e as limitações da estrutura celular e da capacidade metabólica: O resultado é a HOMEOSTASIA. As células podem alterar seu estado funcional em resposta a um estresse e manter seu estado estável.
Estresses fisiológicos mais excessivos ou estímulos patológicos adversos (lesão) resultam em:


A-) ADAPTAÇÕES: quando estresses fisiológicos ou patológicos induzem um novo estado que altera a célula, preservando sua viabilidade em resposta a estímulos externos:
Essas alterações são:


HIPERPLASIA: aumento no número de células
HIPERTROFIA: aumento no tamanho de cada célula
ATROFIA: redução no tamanho das células
METAPLASIA: mudança de um tipo de célula madura para outra


B-) LESÃO REVERSÍVEL: Alterações celulares patológicas que podem ser restauradas à normalidade se o estímulo for retirado ou se a causa da lesão não for grave.


C-) LESÃO IRREVERSÍVEL: Quando o estímulo excede a capacidade de a célula se adaptar (a célula atinge um ponto em que não há retorno), causando a morte celular.
Existem 2 padrões de morfologia e mecânica de morte celular.
NECROSE - Tipo de morte mais comum, envolve grande edema celular, desnaturação e coagulação por proteínas, degradação de organelas celulares e ruptura de células. Um grande número de células no tecido adjacente é afetado.
APOPTOSE - A célula morre devido à alteração de um programa de "SUICÍDIO", controlado internamente, que envolve um distúrbio de componentes celulares corre uma ruptura mínima do tecido adjacente. Morfologicamente, ocorre a condensação e a fragmentação da cromatina.


CAUSAS DAS LESÕES CELULARES


- HIPOXIA: Ausência de oxigênio, afeta a respiração aeróbica e a capacidade de gerar (ATP). É uma causa extremamente importante e comum de lesão e morte celular e ocorre em consequência de:
a-) ISQUEMIA - (pera do suprimento sanguíneo)
Oxigenação inadequada (insuficiência respiratória)
Perda da capacidade carreadora de oxigênio do sangue: ANEMIA, INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO


- AGENTES FÍSICOS: trauma, calor, frio, radiação e choque elétrico.


- AGENTES QUÍMICOS E DROGAS: incluindo drogas terapêuticas, venenos, poluentes do meio ambiente e "estímulos sociais" (álcool e narcóticos).


- AGENTES INFECCIOSOS: vírus, bactérias, fungos e parasitas.


- REAÇÕES IMUNOLÓGICAS: doenças auto-imunes e lesão celular em resposta à inflamação.


- DISTÚRBIOS GENÉTICOS: alterações cromossômicas e mutações genéticas específicas.


- DESEQUILÍBRIO NUTRICIONAIS: deficiências protéicos-calóricas ou de vitaminas específicas, excessos nutricionais.


HIPÓXIA
hipóxia ocorre quando há carência de O2 nos tecidos orgânicos, sendo causada por diferentes fatores.


ANÓXIA - ausência total de oxigenação tecidual.


CAUSAS DA HIPÓXIA:


HIPOXEMIA (hipoxia = diminuição de O2, emia = sangue) Diminuição de O2 no sangue.


ANEMIA - Baixa de hemoglobina.


- INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA (IRpA): 
A Insuficiência Respiratória Aguda ( IRpA ) trata-se de síndrome caracterizada na incapacidade do Sistema Respiratória efetuar adequada trocas gasosas, ou seja, captar oxigênio e eliminar CO2 da corrente sanguínea, também designada falência Respiratória.


A IRpA Leva primeiro a HIPOXEMIA e depois a HIPÓXIA.


- ENVENENAMENTO POR CO2:
Penetrando no organismo através da respiração, o CO2 entra com facilidade nos pulmões e no sangue, combinando-se com a hemoglobina e dificultando o transporte de oxigênio para os tecidos. 


- ISQUEMIA:
A palavra isquemia vem do grego iskho=deter e haima=sangue. Recebe também o nome de anemia local, e é uma perturbação circulatória que se caracteriza fundamentalmente por uma interrupção do trânsito sanguíneo numa determinada artéria, por sua obstrução mecânica. Em consequência, ocorrem alterações nutritivas nos tecidos irrigados pela artéria ocluída.




- EMBOLIA:
A palavra embolia vem do grego émbolo= tampão, rolha e emboleé = irrupção. É a ocorrência de qualquer elemento estranho (êmbolo) à corrente circulatória, transportado por esta, até eventualmente se deter em vaso de menor calibre.



- TROMBOSE:
A palavra trombo vem do grego Thrómbos = coágulo sangüíneo. Trombose é a formação ou desenvolvimento de um trombo.



- ARTERIOSCLEROSE:
É o estreitamento ou endurecimento das artérias.


EDEMA AGUDO DO PULMÃO (EAP)
ETIOLOGIA - Cardíaca
ETIOPATOLOGIA - Começou no coração e terminou no pulmão.


Ex.: EAP
O EAP de etiologia cardíaca possui sua etiopatogenia voltada para mecanismos que iniciam-se em uma disfunção cardíaca esquerda (IAMDVE, doenças de valvas, bicuspide, semilunar aortica, pericardiopativas, doenças da aorta e etc). Essa disfunção de VE leva a uma diminuição da sua capacidade contrátil com consequência queda do volume sistólico (volume sistole diminui) 70 ml em média. Dessa maneira acúmulos de sangue ocorrem no interior do VE, levando a um aumento da pressão intraventricular. Consequentemente refluxo retrógrado de sangue vai ocorrer em direção do AE, aumentando também a pressão intraatrial, com isso o sangue passa a congestionar as veias pulmonares aumentando a pressão hidrostática do capilar pulmonar desencadeando o extravasamento do sangue para o meio intersticial dos pulmões. Finalmente o aumento de líquido no interstício leva ao transporte de parte dos líquidos ao interior dos alvéolos.


SIGNIFICADO CLÍNICO
Relacionado com o prognóstico das doenças. Pode ser muito relevante, pouco relevante, porém nunca irrelevante.

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