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quinta-feira, 9 de junho de 2011

TERCEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

A parte inicial da 3ª semana caracteriza-se pelo rápido desenvolvimento do embrião:


- Aparecimento da linha primitiva
- Formação da notocorda
- Formação de todos os tecidos e órgãos do embrião.


GASTRULAÇÃO: FORMAÇÃO DAS CAMADAS GERMINATIVAS


Gastrulação é o processo pelo qual o disco embrionário bilaminar é convertido em um disco trilaminar. É o início da morfogênese (desenvolvimento da forma do corpo). 
Cada uma das três camadas (ectoderma, mesoderma e endoderma) dá origem a tecidos e órgão específicos.
- Ectoderma dá origem ao sistema nervoso central e periférico e a várias outras estruturas.
- Endoderma fonte dos revestimentos epiteliais das passagens respiratórias e do trato gastro- intestinal   (GI), incluindo as glândulas deste trato e as células glandulares dos órgãos associados, como fígado e pâncreas.
- Mesoderma dá origem às camadas musculares lisas, aos tecidos conjuntivos e aos vasos associados aos tecidos e órgãos, forma o sistema cardiovascular, e é a fonte de células do sangue e da medula óssea, esqueleto, músculos estriados e dos órgãos reprodutores e excretores.


Durante esse período o embrião é chamado de gástrula.


LINHA PRIMITIVA


Os primeiros sinais da gastrulação é a formação da linha primitiva na extremidade caudal do embrião e do nó primitivo que é a extremidade cefálica. Forma-se na linha primitiva, um sulco estreito, o sulco primitivo, a fosseta primitiva. A linha primitiva torna possível identificar o eixo cefalocaudal.
Depois do aparecimento da linha primitiva, células saem de sua superfície profunda e formam uma rede frouxa de tecido conjuntivo embrionário, chamado mesênquima ou mesoblasto, que forma os tecidos de sustentação do embrião, a maior parte dos tecidos conjuntivos do corpo e componentes do estroma das glândulas. Essas células mesenquimais migram amplamente da linha primitiva, tendo o potencial de proliferar e diferenciar-se em diversos tipos celulares (fibroblastos, condroblastos e osteoblastos). 



PROCESSO NOTOCORDAL E NOTOCORDA 


Algumas células mesenquimais migram do nó e da fosseta primitivos em direção cefálica, formando um cordão celular mediano, o processo notocordal, este processo adquire o canal da notocorda. O processo notocordal cresce cefalicamente, entre o ectoderma e o endoderma até alcanças a placa precordal. Esse processo notocordal, se assemelha a um bastão, não podendo ultrapassar a placa precordal. 
Notocorda é um bastão celular que se forma do processo notocordal, ela:


- define o eixo primitivo do embrião, dando-lhe certa rigidez
- serve de base para a formação do esqueleto axial (ossos da cabeça e coluna vertebral)
- indica o futuro local dos corpos vertebrais.


NEURULAÇÃO: FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL


A neurulação é constituída pelos processos envolvidos na formação da placa neural e das pregas neurais, e o fechamento destas pregas levando à formação do tubo neural. Esses processos terminam no fim da quarta semana, quando ocorre o fechamento do neuróporo caudal posterior. Nesse período o  embrião é denominado nêurula.


PLACA NEURAL E TUBO NEURAL


Com o desenvolvimento da notocorda, o ectoderma do embrião que a recobre se espessa, formando uma placa alongada, em forma de chinelo, - placa neural. Essa formação é induzida pela notocorda em desenvolvimento. O ectoderma da placa neural dá origem ao SNC - encéfalo e medula espinal. Dá origem também a várias outras estruturas, como, por exemplo, a retina. Em torno do dia 18, a placa neural se invagina ao longo de seu eixo central, formando o suco neural, mediano, longitudinal, com pregas neurais de cada lado. As pregas neurais tornam-se muito salientes na extremidade cefálica do embrião. Por volta do fim da terceira semana, as pregas neurais começam a aproximar-se e a se fundirem, convertendo a placa neural no tubo neural.
O tubo neural separa-se logo do ectoderma da superfície. As bordas livres do ectoderma fundem-se de modo a tornar esta camada mais contínua sobre o tubo neural e o dorso do embrião. 


FORMAÇÃO DA CRISTA NEURAL


Durante a fusão das pregas neurais, o que forma o tubo neural, algumas células neuroectodérmicas, dispostas ao longo da crista de cada prega neural, perdem sua afinidade epitelial e suas ligações com as células vizinhas. Com a separação do tubo neural do ectoderma da superfícies, as células da crista neural migram dorsolateralmente de ambos os lados do tubo neural. Elas formam uma massa achatada, irregular, a crista neural, situada entre o tubo neural e o ectoderma sobrejacente. A crista neural separa-se em duas partes, direita e esquerda, que migram para os aspectos dorsolaterais do tubo neural. Muitas células da crista migram em várias direções e se dispersam pelo mesênquima. Essas células da crista dão origem aos gânglios espinhais e aos gânglios do sistema nervoso autônomos e glânglios dos nervos cranianos, elas também formam as bainhas dos nervos periféricos (células de Schwann), formam as meninges, que recobrem o encéfalo e a medula espinhal (pia-máter e a aracnóide), contribuem para a formação de células pigmentares, da medula da adrenal e vários componentes esqueléticos e musculares da cabeça. 


DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS


Próximo ao fim da terceira semana, o mesoderma paraxial se diferencia e começa a dividir-se em pares de corpos cubóides, os somitos. Estes blocos de mesoderma se localizam de ambos os lados do tubo neural em desenvolvimento. Durante o período somítico do desenvolvimento (dias 20 a 30), formam-se cerca de 38 pares de somitos. No fim da quinta semana, estão presentes de 42 a 44 pares. Os somitos formam elevações nítidas na superfície do embrião e são triangulares, em secção transversal. Uma cavidade em fenda, aparece dentro de cada somito. São usados para determinar a idade do embrião.
Aparecem primeiro na futura região occipital do embrião, mas logo se estendem cefalocaudalmente e dão origem à maior parte do esqueleto axial (ossos da cabeça e coluna vertebral) e músculos associados, e derme da pele adjacente.


DESENVOLVIMENTO DO CELOMA INTRA-EMBRIONÁRIO


Surge como pequenos espaços celômicos isolados no mesoderma lateral e no mesoderma cardiogênico (formador do coração), estes espaços formam uma cavidade única em forma de ferradura - o celoma intra-embrionário, que divide o mesoderma lateral em duas camadas.


DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR


No início da terceira semana, começa a angiogênese, que é a formação dos vasos sanguíneos do mesoderma extra-embrionário do saco vitelino, do pedículo do embrião e do córion. Esses vasos começa a formar-se cerca de 2 dias mais tarde. No fim da segunda semana, o embrião nutre-se do sangue materno por difusão através do celoma extra-embrionário e do saco vitelino. Durante a terceira semana, forma-se uma circulação uteroplacentária primitiva.



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