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terça-feira, 14 de junho de 2011

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC)

Acomete 2 a 3% da população geral. A idade média de início costuma ser por volta dos 20 anos. Acomete tanto homens como mulheres.


Esse talvez seja o transtorno mais difícil de explicar, tal qual o nome dele. O TOC é chamado transtorno de manias, são aqueles quadros em que as pessoas tem manias. Mania de limpeza é a mais característica, mas ela pode se expressar de muitas outras maneiras. Mania de ordem (a pessoa precisa arrumar as coisas), manias de colecionador, superstição (pessoas que precisam bater 3 vezes na madeira, que só saem com seus amuletos, que tem medo do azar), mania de contar as coisas, fazer contas com as placas de carro, mania de trancar e reverificar se trancaram as portas e praticamente todas as outras manias, hábitos (não vícios) que possa imaginar.

A mania fica caracterizada como doença, como transtorno, quando a pessoa tem a necessidade de repetir os seus atos de forma compulsiva (ou seja, a pessoa não consegue se controlar, não depende de sua vontade, ela faz sem querer ou sem perceber ou ainda não consegue impedir o ato por sua vontade, dai o nome compulsivo, obrigatório), repetidamente. Todas as formas de repetição compulsiva, podem ser caracterizadas como "manias".

É considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais frequente na população. De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2020 o Transtorno Obsessivo Compulsivo estará entre as dez causas mais importantes de doenças.

COMPULSÃO - É um comportamento consciente e repetitivo (contar, verificar ou evitar um pensamente que serve para anular uma obsessão. O ato de lavar as mãos ou tomar banho repetidamente, conferir reiteradamente se esqueceu algo como uma torneira aberta ou a porta de casa sem trancar). Para que esses comportamentos sejam considerados compulsivos, devem ocorrer em uma frequência bem acima do necessário.

Pessoas que tem estes sintomas costumam ter uma personalidade muito própria. São pessoas extremamente escrupulosas (tem uma preocupação na mente de não provocar problemas), costumam ser formas e distantes no relacionamento, frios afetivamente podem ou não ser pessoas arrogantes. Costumam ser autoritários quando ocupam postos de liderança e temerosos e tímidos quando não estão nesta posição. Intimamente são medrosos embora não admitam, fazendo um tipo de forte. Não costumam ser sociáveis, tendo pouco amigos. Tem um comportamento normalmente calmo ou retraído, mas às vezes tem explosões que podem ser surpreendentes e até assustadoras (pela agressividade e violência). São pessoas metódicas, às vezes exageradamente perfeccionistas, sendo que alguns são muito insistentes embora desista com facilidade. Costumam ser indecisos. Controladores tem o sentimento profundo que se não cuidarem de forma adequada das pessoas e situações a sua volta, algo de ruim deverá acontecer, e vivem a ilusão que estão controlando estas situações (pelo menos quando estão equilibradas, pois a sensação de descontrole os deixa profundamente ansiosos e até emocionalmente desequilibrados).
Tem um forte sentimento de culpa interior (embora possam não ter consciência disto e nem culpa nenhuma) e na hora das punições e mesmo das autopunições sejam exageradamente cruéis (inclusive consigo mesmos).


Por que acontece, de onde vem este quadro é um dos grandes mistérios da psiquiatria e existem múltiplas explicações. Uma das mais interessantes é a de Freud, que diz que estas pessoas têm sentimentos negativos, pensamentos negativos, uma espécie de tara (e normalmente relacionado a sexo e perversão), se sente culpados e sujos por estes sentimentos e daí a necessidade de limpar e organizar tudo como forma de diminuírem o risco do castigo que se sentem merecedores e para tentar compensar o sentimento de sujeira interior. Nas neuroses a ansiedade é fator fundamental de sua formação. A ansiedade ocorre por um quadro de super estimulação da mente que esta reagindo aos estímulos (movimentos) externos. Por isto nestes momentos a mente precisa da sensação do parado, do protegido para se acalmar e se sentir segura e tranquila. Quanto mais movimento a mente absorve, quanto mais ela se sente insegura e desprotegida, maior a sua excitação no sentido de encontrar proteção para esta sensação de instabilidade. Dai a necessidade de a pessoa realizar a sua compulsão, arrumar as coisas, ou de usar amuletos, pois elas trazem a sensação de calma e segurança para a mente.


Tratar este tipo de transtorno é sempre trabalhoso. Até alguns anos atrás o tratamento trazia poucos resultados, e as pessoas continuavam com suas manias e personalidade. Hoje o tratamento é duplo, precisando a pessoa fazer um tratamento químico (medicamentoso) e psicoterápico (terapia cognitiva comportamental). A medicação é necessária para diminuir o grau da ansiedade e para aumentar o grau de energia psíquica para que a pessoa possa romper o círculo vicioso do pensamento obsessivo. E fazer a psicoterapia para se reeducar a ser menos intolerante em seus sentimentos mais profundos e diminuir o seu sentimento de culpa e auto-agressividade, com uma conduta reta, honesta e transparente.


TRATAMENTO
Deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. Em linhas gerais, utiliza-se a psicoterapia de orientação dinâmica ou cognitivo-comportamental associada com tratamento farmacológico.
A Clomipramina é a droga padrão-ouro, e inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS), como Fluoxetina, Sertalina e Paroxetina, são utilizados com boa eficácia.

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